segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O resumo do livro o príncipe grátis (de Nicolau Maquiavel)

O Príncipe

DE QUANTAS ESPÉCIES SÃO OS PRINCIPADOS E DE QUE MODOS SE ADQUIREM

Todos os Estados, todos os governos que tiveram e têm autoridades sobre homens, foram e são ou repúblicas ou principados. Os principados são: ou hereditários, quando seu sangue senhorial é nobre há já longo tempo, ou novos. Os novos podem ser totalmente novos, como foi Milão com Francisco Sforza, ou o são como membros acrescidos ao Estado hereditário do príncipe que os adquire, como é o reino de Nápoles em relação ao rei da Espanha. Estes estados dominados ou estão acostumados a viver sobre o governo do príncipe ou a ser livres, quando adquiridos com tropas de outros ou com as próprias, bem como pela fortuna ou por virtude.

DOS PRINCIPADOS HEREDITÁRIOS

Para preservação de Estados Hereditários e afeiçoados à linhagem de seu príncipe, as dificuldades são menores do que nos novos, pois não pode desprezar os costumes dos antepassados, dando tempo aos acontecimentos imprevistos, pois se o príncipe for demonstrar tamanha capacidade sempre manterá-se no poder, a menos que outros com maior poder venha privá-lo.

DOS PRINCIPADOS MISTOS

As dificuldades moram nos principados novos, por exemplo se não e um principado novo mas sim como membro anexado a um Estado hereditário (que, em seu conjunto, pode chamar-se “quase misto”), as variações resultam das dificuldades naturais inerente a todos os principados novos: é que os homens mudam de senhor com satisfação pensando em melhorias e com esta crença lançam mão de armas contra o senhor atual, e mas tarde percebem que ter piorado a situação. Já para o príncipe novo não adianta ter um fortíssimo exércitos, tem-se necessidade do apoio dos habitantes para penetrar numa rapidamente e logo depois o perdeu, para tanto bastando inicialmente as forças de Ludovico, porque aquelas populações que haviam aberto as portas reconhecendo o erro de sua atitude anterior e pensando no bem-estar futuro que haviam imaginado, e que não podiam suportar o dessabores do príncipe novo.

Digo, conseqüentemente, que estes Estados conquistados e anexados a um Estado antigo, ou são da mesma província e da mesma língua, ou não o são: Quando o sejam, é sumamente fácil mantê-los sujeitos, máxime quando não estejam habituados a viver em liberdade, e para domina-los seguramente será bastante ter se extinguido a estirpe do príncipe que os governava, porque nas outras coisas, conservando-se suas velhas condições e não existindo alteração de costumes, os homens passam a viver tranqüilamente, como aconteceu com Borgonha, Bretanha, Gasconha e a Normandia que graças à semelhança de costumes facilmente se acomodaram entre eles. E quem conquista, querendo conserva-los, deve adotar duas medidas: primeiro, fazer com que a linhagem do antigo príncipe seja extinta; a outra, aquela de não alterar nem as suas leis nem os impostos, que com pouco tempo o território conquistado passa a constituir um corpo com o principado antigo.

Há também a opção de o príncipe passar a residir no Estado dominado que por esse motivo fica mais fácil controla-lo donde os súditos ficam mais satisfeitos porque o recurso ao príncipe se torna mais fácil onde aparece mais motivo para amá-lo e que quem desejar assaltar aquele Estado terá mais respeito onde só com muita dificuldade poderá perde o poder. Outro meio de governar um Estado dominado seria estalando colônias em um ou dois pontos neste Estado, mantendo um tropa para vigiar e que não e necessários grandes custos para manter-se, onde os únicos prejudicados são os habitantes que seriam despejados para instalação das colônias. Ainda assim, os prejudicados por ficarem pobres e dispersos, por onde os homens acarinhados ou eliminados, das pequenas ofensas eles podem facilmente se vingar, já as graves e bem diferente por adquirirem medo, não podem trazer risco para o governo.

Um príncipe também tem a opção de criar ao invés de colônias, forças militares que ao contrario das colônias gatão muito e a conquista se torna perda, com a constante mudança de colocação dos exércitos acabam causando transtornos e revoltando todos os cidadãos. Deve, ainda, quem se encontrar no poder, tornar-se chefe e defensor dos menos fortes, tratando de enfraquecer os poderosos e se possível impedir que poderosos entre no Estado, onde esses poderoso por ambição ou medo se tornam seus inimigos, foi o que os romanos fizeram, vigiarem não só os fatos presentes mais precavendo os futuros como um príncipe inteligente deve fazer. Ocorre como exemplo o tuberculoso que no começo da doença e difícil o diagnostico e fácil a cura já com o tempo e fácil o diagnostico e difícil a cura. Assim também ocorre nos assuntos do Estado porque, conhecendo com antecedência os males que os atingem, a cura e rápida; mas quando não o ter conhecido logo fica-se conhecido não mais existindo remédio.

Examinaremos a França se ela fez alguma das coisas que expomos, falando eu de Luís e não de Carlos porque foi daquele que, por ter mantido mais prolongado domínio na Itália, melhor se viram os progressos, e vereis como ele fez o contrário que se deve fazer para conservar um Estado numa província diferente.

O Rei Luís foi conduzido à Itália pela ambição dos venezianos que, por tal meio, quiseram ganhar o Estado da Lombardia, não desejo censurar o partido tomado pelo rei; porque querendo começar a pôr um pé na Itália não tendo amigos nesta província, sendo-lhe, ao contrário, fechadas todas as portas em razão do comportamento do Rei Carlos, foi obrigado a servi-se daquelas amizades com que podia contar: e ter-lhe-ia resultado bem escolhido esse partido, se nos outros manejos não tivesse cometido erro algum. Conquistada, pois a Lombardia, o rei readquiriu prontamente aquela reputação que Carlos perdera: Gênova cedeu; os florentinos tornaram-se seus amigos; o marques de Mantua, o duque de Ferrara Bentivoglio, a senhora de Forli, o senhor de Faenza, de Pesaro, de Rimini, de Camerino, de Piombino, os Luqueses, os Pisanos e os Sieneses, todo foram ao seu encontro para tornarem-se seus amigos.

E coisa muito natural e comum o desejo de conquistar e, sempre, quando os homens podem faze-lo, serão louvados ou, pelo menos, não serão censurados; mas quando não têm possibilidade e querem faze-lo de qualquer maneira, aqui está o erro e, conseqüentemente, a censura. Se o França, pois, podia assaltar Nápoles com suas forças, devia faze-lo; se não podia, não devia dividir esse reino. E se a divisão que fez com os venezianas sobre a Lombardia mereceu desculpa por ter com ela firmado pé na Itália, aquela merece censura em razão de não ser justificada por essa necessidade.

Disso se extrai uma regra geral que nunca ou raramente falha: quem é causa do poderio de alguém arruína-se, por que esse poder resulta ou da astúcia ou da força e amas são suspeitas par aquele para aquele que se tornou poderoso.

POR QUE O REINO DE DARIO, OCUPADO POR ALEXANDRE, NÃO SE REBELOU CONTRA SEUS SUCESSORES APÓS A MORTE DESTE

Consideradas as dificuldades que devem ser enfrentadas para a conservação de um Estado recém-conquistado, alguém poderia ficar pasmo ante o fato de que, tendo se tornado senhor da Ásia em poucos anos, não apenas havia terminado sua ocupação Alexandre Magno veio a morrer e, a despeito de parecer razoável que todo aquele Estado devesse rebelar-se, seus sucessores o conservaram e para tanto não encontraram outra dificuldade senão aquela que, por ambição pessoal. Os principados se conservaram na memória tendo sido governado de dois modos por um príncipe sendo todos os demais seus servos, ou por um príncipe e por barões, os quais, não por graça do senhor, mas por antiguidade de sangue, tem aquele grau de ministros. Estes barões tem Estados e súditos próprios que os a conhecem por senhores e a eles dedicam natural afeição.

Os Estados que são governados por um príncipe e servos, têm aquele com maior autoridade, porque em toda a sua província não existe alguém reconhecido como chefe senão ele, e se os súditos obedecem a algum outro, fazem-no em razão de sua posição de ministro e oficial, não lhe dedicando o menor amor. Por exemplo, a monarquia turca que era dirigida por um príncipe que tinha vários súditos e que os trocava conforme sua vontade, já a frança era dirigida por uma multidão de antigos senhores que nessa qualidade são reconhecidos pelos seus súditos e por eles amados, tem as duas preeminências e não pode o rei o privá-los das mesma sem perigo pra si próprio e que nesses dois exemplos o estado turco uma vez conquistados encontra-se grande facilidade pra conservá-lo já a frança e ao contrário e mais fácil conquista-la do que mantê-la.

Ora, se for considerado de que natureza era o governo de Dario, se o encontrará semelhante ao reino do Turco. Para Alexandre foi necessário primeiro encurralá-lo e desbaratá-lo em batalha campal sendo que depois da vitória, estando morto Dario, aquele Estado tornou-se seguro para Alexandre pelas razoes acima expostas. Seus sucessores, se tivessem sido unidos, poderiam tê-lo gozado tranquilamente, pois ali não surgiram outros tumultos que não os por eles próprios provocados.

DE QUE MODO SE DEVAM GOVERNAR AS CIDADES OU PRINCIPADOS QUE, ANTES DE SEREM OCUPADOS, VIVIAM COM AS SUAS PRÓPRIAS LEIS

Quando aqueles Estados que se conquistam, que estão habituados a viver com suas próprias leis e em liberdade, existem três modos de conservá-los: o primeiro, arruiná-los; o outro, ir habitá-los pessoalmente; o terceiro, deixá-los viver com suas leis, arrecadando um tributo e criando em seu interior um governo de poucos, quase conservam amigos, porque sendo esse governo criado por aquele príncipe, sabe que não pode permanecer sem sua amizade e seu poder, e há que fazer tudo por conservá-los.

É bem verdade que conquista um principado e deixá-lo em liberdade com suas leis, e muito complicado, pois não existe modo seguro de conservar tais conquista pois conquistando um estado que esta habituado a viver livre sempre terá como impulso a liberdade e suas antigas instituições, mas também quando as cidades ou as províncias estão acostumadas a viver sob um príncipe, extinta a dinastia, sendo de um lado afeitas a obedecer e de outro não tendo o príncipe antigo, dificilmente chegam a acordo para escolha de um outro príncipe. Contudo, nas republicas há mais vida, mais ódio, mais desejo de vingança; não deixam nem podem deixar esmaecer a lembrança da antiga liberdade, assim, o caminho mais seguro é destruí-las ou habitá-las pessoalmente.

DOS PRINCIPADOS NOVOS QUE SE CONQUISTAM COM AS ARMAS PRÓPRIAS E VIRTUOSAMENTE

No principado completamente novo, onde exista um novo príncipe, encontra-se menor ou maior dificuldade para mantê-lo, segundo seja mais ou menos virtuoso quem o conquiste. E porque o elevar-se de particular a príncipe pressupõe ou virtude ou boa sorte, parece que uma ou outra dessas duas razões mitigue em parte muitas dificuldades; não obstante, tem-se observado, aquele que menos se apoiou na sorte reteve o poder mais seguramente.

Os que por suas virtudes, tornam-se príncipes, conquistam o principado com dificuldade, mas com facilidade o conservam, e os obstáculos que se lhes apresentam no conquistar o principado, em parte nascem das novas disposições e sistemas de governo que são forçados a introduzir para fundar o seu Estado e estabelecer a sua segurança. Deve-se considerar não haver coisa mais difícil que cuidar, nem mais duvidosa a conseguir, nem mais perigosa de manejar, que tornar-se chefe e introduzir novas ordens. Isso porque o introdutor tem por inimigos todos aqueles que obtinham vantagens com as velhas instituições e encontra fracos defensores naqueles que das novas ordens se beneficiam, esta fraqueza nasce parte por medo dos adversários que ainda têm as leis conforme a seus interesses, parte pela incredulidade dos homens, estes em verdade não crêem nas inovações se não as vêem resultar de uma firme experiência. Por exemplo Hierão de Siracusa. Este de particular tornou-se príncipe de Siracusa, também ele da sorte somente conheceu a ocasião porque, sendo os siracusanos oprimidos, o elegeram para seu capitão, donde mereceu ser feito príncipe. E foi de tanta virtude, mesmo na vida privada, ele extinguiu a velha milícia, organizou a nova, abandonou as antigas amizades, conquistou novas, e como teve amizades e soldados seus, pode sobre tais fundamentos erigir as obras que desejou: tanto que custou-lhe muita fadiga para conquistar e pouca para manter.

DOS PRINCIPADOS NOVOS QUE SE CONQUISTAM COM AS ARMAS E FORTUNA DOS OUTROS

Aqueles que somente por fortuna se tornam de privados em príncipes, com pouca fadiga assim se transformam, mas só com muito esforço assim se mantêm, não encontram nenhuma dificuldades nasce depois que aí estão. São aqueles aos quais é concedido um Estado, seja por dinheiro, seja por graça do concedente como ocorreu a muitos na Grécia, nas cidades da Jônia e do Helesponto, onde foram feitos príncipes por Dario, a fim de que as conservassem para sua segurança e glória, como eram feitos, ainda aqueles imperadores que por corrupção dos soldados de privados alcançavam o domínio do Império.

Estes estão simplesmente submetidos à vontade e à fortuna de quem lhes concedeu o Estado, que são duas coisas grandemente volúveis e instáveis: e não sabem e não podem manter a sua posição. Não sabem, porque se não são homens de grande engenho e virtude, não é razoável que tendo vivido sempre em ambiente privado, saibam comandar; não podem, porque não tem forças que lhes possam ser amigas e fiéis. Ainda, os Estados que surgem rapidamente, como todas as demais coisas da natureza que nascem e crescem depressa, não podem ter raízes e estruturação perfeitas, de forma que a primeira adversidade os extingue, são se aqueles que, como foi dito, assim repentinamente se tornaram príncipes, forem de tanta virtude que saibam desde logo preparar-se para conservar aquilo que o fortuna lhes pôs no regaço, formando posteriormente as bases que os outros estabeleceram antes de se tornar príncipes.

Destes dois citados modos de vir a ser príncipe, por virtude ou por fortuna, quero apontar dois exemplos ocorridos nos dias de nossa memória: estes são Francisco Sforza e César Bórgia. Francisco, pelos meios devidos e com grande virtude, de privado tornou-se duque de Milão, e aquilo que com mil esforços tinha conquistado, com pouco trabalho manteve. Por outro lado, César Bórgia, pelo povo chamado Duque Valentino, adquiriu o Estado com a fortuna do pai e, juntamente com aquela, o perdeu, isso não obstante fossem por ele utilizados todos os meios e feitos tudo aquilo que devia ser efetivado por um homem prudente e virtuoso, para lançar raízes naqueles Estados que as armas e a fortuna de outrem lhe tinham concedido. Porque, como se disse acima, quem não lança os alicerces primeiro, com uma grande virtude poderá estabelecê-lo depois, ainda que se façam com aborrecimento para o construtor e perigo para o edifício. Se pois se considerarem todos os progressos do duque, verse-a ter ele estabelecido grandes alicerces para o futuro poderio, os quais não julgo supérfluo descrever, pois não saberia que melhores preceitos do que o exemplo de suas ações poderia indicar a um príncipe novo, e se as suas disposições não lhe aproveitaram, não foi por culpa sua mas sim em resultado de uma extraordinária e extrema má sorte.

DOS QUE CHEGARAM AO PRINCIPADO POR MEIO DE CRIMES

Mas pode-se tornar príncipe ainda por dois modos que não podem ser atribuídos totalmente à fortuna ou à virtude, não me parece acertado pô-los de parte, ainda que de um deles se possa mais amplamente cogitar em falando das republicas. Estes são ou por qualquer meio criminoso e nefário se ascende ao principado, ou quando um cidadão privado torna-se príncipe de sua pátria pelo favor de seus concidadões, Agátocles siciliano, por exemplo: não só de privado mas também de ínfima e abjeta condição, tornou-se rei de Siracusa. Filho de um oleiro teve sempre, no decorrer de sua juventude, vida celerada, todavia acompanhou seus atos delituosos de tanto vigor de ânimo e de corpo que tendo ingressado na milícia em razão de atos de maldade chegou a ser pretor de Siracusa.

E para ocupar um Estado, deve o conquistador exercer todas aquelas ofensas que se lhe tornem necessárias, fazendo-as todas a um tempo só para não precisar renová-las a cada dia e poder, assim dar segurança aos homens e conquistá-los com benefícios, quem age diversamente ou por timidez ou por mau conselho, tem sempre necessidade de conservar a faca na mão, e o caso dos Oliverotto que mandou matar todos seus súditos que estavam preparados para uma reunião e saíram soldados que com um comando mataram todos, não podendo nunca confiar em seus súditos, pois que estes nele também não podem ter confiança diante das novas e continuas injurias. Portanto, as ofensas devem ser feitas todas de uma só vez, a fim de que pouco degustadas, ofendam menos, ao passo que os benefícios devem ser feitos aos poucos, para que sejam melhor apreciados. Acima de tudo, um príncipe deve viver com seus súditos de modo que nenhum acidente, bom ou mau, o faça variar, porque, surgindo pelos tempos adversos a necessidade, não estarás em tempo de fazer o mal, e o bem que tu fizeres não te será útil eis que, julgado forçado,m não trará gratidão.

DO PRINCIPADO CIVIL

Mas passando a outra parte, quando um cidadão privado, não por perfídia ou outra intolerável violência, porém com o favor de seus concidadãos, torna-se príncipe de sua pátria, o que se pode chamar principado civil (para tal se tornar, não é necessário muita virtude ou muita fortuna, mas antes uma astúcia fortunada) digo que se ascende a esse principado ou com o favor do povo ou com aquele dos grandes. Porque em toda cidade se encontram estas duas tendências diversas e isso resulta do fato de que o povo não quer ser mandado nem oprimido pelos poderosos e estes desejam governar e oprimir o povo, é destes dois anseios diversos que nasce nas cidades um dos três efeitos: ou principado, ou liberdade ou desordem. E o príncipe não pode, nas ocasiões de perigo, assumir em tempo a autoridade absoluta, porque os cidadãos e os súditos, acostumados a receber as ordens dos magistrados, não estão, naquelas conjunturas, para obedecer às suas determinações, havendo sempre, ainda, nos tempos duvidosos, carência de pessoas nas quais ele possa confiar. Tal príncipe não pode fundar-se naquilo que observa nas épocas de paz, quando os cidadãos precisam do Estado, porque então todos correm, todos prometem e cada um quer morrer por ele enquanto a morte está longe, mas na adversidade, no momento em que o Estado tem necessidade dos cidadãos, então poucos são encontrados. E tanto mais é perigosa esta experiência, quanto não se a pode fazer senão uma vez. Contudo, um príncipe hábil deve pensar na maneira pela qual possa fazer com que os seus cidadãos sempre e em qualquer circunstancia tenham necessidade do Estado e dele mesmo, e estes, então sempre lhe serão fiéis.

COMO SE DEVEM MEDIR AS FORÇAS DE TODOS OS PRINCIPADOS

Ao examinar as qualidades destes Estados, convém fazer uma outra consideração, isto é, se um príncipe tem Estado tão grande e forte que possa, precisando, manter-se por si mesmo, ou então se tem sempre necessidade da defesa de outrem. Para esclarecer melhor esta parte digo julgar como podendo manter-se por si mesmo aqueles que podem, por abundancia de homens e de dinheiro, organizar um exercito à altura do perigo a enfrentar e fazer face a uma batalha contra quem venha assaltá-lo, assim como julgo necessitados da defesa de outrem os que não podem defrontar o inimigo em campo aberto, mas são obrigados a refugiar-se atrás dos muros da cidade guarnecendo-os.

DOS PRÍNCIPADO ECLESIÁSTICOS

Os principados eclesiásticos serão adquiridos pela virtude ou pela fortuna e serão sustentados pelas ordens estabelecidas na religião. A igreja chegou ao poder devido, que antes de Alexandre os potentados italianos e qualquer barão ou senhor, mesmo que sem importância, davam o poder temporal a igreja fortificando-a ao ponto de chegar a ter poder de expulsar o rei da frança de dentro da Itália.

Para deter o papa somente os barões de Roma que eram divididos em duas facções os Orsini e os Colona porem existia sempre um motivo de discórdia entre tais facções e devido as suas divergências eles mantinham o pontificado fraco e inseguro.

Devido tais divergências o papa vivia em media dez anos. O papa (leão) encontrou o pontificado potentíssimo e junto os referidos o fizeram grande pelas armas ,este o fará maior e mais venerado devido sua bondade e outras virtudes .

DE QUANTAS ESPÉCIES SÃO AS MELICIAS, E DOS SOLDADOS MERCENÁRIOS

Para ser um príncipe é necessário ter bons fundamentos, do contrario cairá em ruína. Os principais fundamentos que os estados te em são as boas leis e as boas armas.
A Itália não teve êxito pois fugiu ao costume do bom fundamento e repouso muitos anos sobre armas mercenárias.por isso foi possível a Carlos, o rei da frança tomar a Itália, e foi por isso que arrastaram a Itália a escravidão e a desonra.

DOS SOLDADOS AUXILIARES AOS MISTOS E PRÓPRIOS

As tropas auxiliares são aquelas que apresentam quando chamas um poderoso para que combata, junto com teus exércitos e venha te ajudar e defender.
As tropas auxiliares são quase sempre danosas, quando perde ficas liquidado,quando vencendo ,ficas seu prisioneiro, existe distinção entre mercenários e auxiliares. Os mercenários o mais perigoso e a covardia, nas auxiliares e o valor.

Os exércitos franceses eram tidos como mistos pois parte era mercenária outras tropas estas que são muito melhores que as simples auxiliares ou mercenários só que inferiores ao exercito próprio.

O QUE COMPETE A UM PRÍNCIPE ACERCA DA MILÍCIA

A guerra a organização e a disciplina são fatores primordiais a um príncipe para não ser vencido.Deve o príncipe,portanto, não desviar um momento sequer o seu pensamento do exercito e da guerra. um exemplo foi filopemenes que mesmo em tempo de calmaria, pensava em como seria a guerra, para ele era primordial que o rei conhecesse seu território para que não fosse pego de surpresa.Estudar e analisar as ações dos grandes homens unindo a força e a sabedoria em busca da vitória.

Daquelas coisas pelos quais os homens, especialmente os príncipes são louvados ou vituperados

È importante ressaltar que um homem que queira em todas suas palavras fazer profissão de bondade, perde-se a em meio a tantos que não são bons, o príncipe ou homem de sucesso em suas decisões deve agir desprovido de qualquer sentimento, para que não sejam influenciados e desencorajados a cumprir as leis.

DA LIBERDADE E DA PARCIMÔNIA

Ser duro no fisco e fazer tudo aquilo que possa se utilizar para obter dinheiro.isso começara a torná-lo odioso perante o povo empobrecendo-o , pouco estimado pelos outros.
Um príncipe deve gastar pouco para não precisar roubar seus súditos, para poder defender-se. Liberalidade usada por forma que se torne conhecida de todos, te prejudica, por se usada virtuosamente e como se deve usar, ela não se torna conhecida e não conseguiras tirar de cima de ti a má impressão.

DA CRUELDADE E DA PIEDADE, SE E MELHOR SER AMADO QUE TEMIDO, OU ANTES TEMIDO QUE AMADO

O príncipe deve ser tido como piedoso não como cruel, um príncipe não deve temer a ma fama de cruel desde que mantenha seus súditos unidos e leais, a excessiva piedade, resultam em desordem, assassinos ate rapinagem, para alcançar a vitória não deve ser nem muito quente, tem que ter uma estabilidade tendo um pouquinho de cada, ou seja, um príncipe de antes ser temido do que ser amado.

DE QUE MODO OS PRÍNCIPES DEVEM MANTER A FÉ DA PALAVRA DADA

Os príncipes devem estar sempre com atenção pois, devem conciliar força e inteligência.Mas é necessário ser grande simulador e dissimulador.
O homem e tão simples que cedem as necessidades presentes, aquele que engana encontrara quem se deixe enganar.

DE COMO DEVIA EVITAR O SER DESPREZADO E ODIADO

O príncipe tem que fugir a circunstancias que possam torná-lo odioso e desprezível temendo a duas coisas um temor de ordem interna que seria por parte de seus súditos, e outro por parte externa que seria pelos potentados estrangeiros.

Por parte dos conspiradores não se deve esperar outro sentimento se não os de medo, ciúme, suspeita de castigo que o atordoa ,sentimento que podem destruir um reino.

SE AS FORTALEZAS E MUITAS OUTRAS COISAS QUE A CADA DIA SÃO FEITAS PELOS PRÍNCIPES SÃO ÚTEIS OU NÃO

Para conservar seguramente o estado alguns príncipes desarmaram os seus súditos, outros mantiveram os seus súditos, outros mantiveram divididas as terras submetida, e alguns nutriram inimizades contra si mesmo, outros dedicaram-se a conquistar o apoios daqueles que lhes eram suspeitos no início de seu governo, alguns construíram fortalezas, outros as arruinaram e destruíram. Tais atitudes revelam fraqueza do príncipe, eis que em um principado poderoso jamais serão permitidas semelhantes divisões, úteis somente em tempo de paz, eis que por elas pode-se mais facilmente manejar os súditos; mas, sobrevindo a guerra tal sistema demonstra sua falácia. Tem sido costume dos príncipes, para poder manter seu estado mais seguramente, a edificar fortalezas que sejam a brida e o freio posto aos que desejassem enfrentá-los, bem como um refugio seguro contra um ataque de surpresa.

Sobre as fortalezas, diz que o príncipe que tiver mais temor de seu povo do que dos estrangeiros, deve construir fortalezas, mas aquele que sentir mais medo do estrangeiros que de seu povo, deve abandoná-las, pois a melhor fortaleza que possa existir é aquela que não é odiada pelo povo, mesmo que tenha fortificações elas nada valem se o povo a odeia.
O QUE CONVÉM A UM PRÍNCIPE PARA SER ESTIMADO

Nada faz estimar tanto um príncipe como as grandes empresas e o dar de si raros exemplos, muitos apraz a um príncipe dar de si exemplos raros na forma de se comportar-se com os súditos, quando surge a oportunidade de alguém ter realizado alguma coisa extraordinária de bem ou de mal na vida civil, obtendo meio de premiá-lo ou puni-lo por forma que seja bastante comentada, acima de tudo, um príncipe deve empenhar-se em dar de si, com cada ação, conceito de grande homem e de inteligência extraordinária.

Deve ainda um príncipe mostrar-se amante das virtudes, dando oportunidade aos homens virtuosos e honrando os melhores numa arte. Um príncipe deve ter a cautela de jamais fazer aliança com um mais poderoso do que ele para atacar os outros, senão quando a necessidade o compelir.

DOS SECRETÁRIOS QUE OS PRÍNCIPES TEM JUNTO DE SI

Não é de pouca importância para um príncipe as escolhas dos ministros, os quais são bons ou não segundo a prudência daquele. E a primeira conjetura que se faz da inteligência de um senhor resultar da observação dos homens que o cercam, quando são capazes e fiéis, sempre se pode reputá-lo sábio, porque soube reconhecê-los competentes.

COMO SE AFASTAM OS ADULADORES

Um príncipe prudente deve proceder por uma terceira maneira, escolhendo em seu estado homens sábios e somente a eles deve dar a liberdade de falar-lhe a verdade daquilo que lhe pergunte e nada mais.

PORQUE OS PRÍNCIPES DA ITÁLIA PERDERAM SEUS ESTADOS

Príncipes que tinham permanecido muitos anos em seus principados para depois perdê-los, não podem acusar a sorte, pois não tendo nunca, nos tempos pacíficos, pensando que este poderiam muda. (o que é defeito comum dos homens na bonança é não se preocupar com a tempestade)

DE QUANTO PODE A FORTUNA NAS COISAS HUMANAS E DE QUE MODO SE LHE DAVA RESISTIR

Muitos tem a opinião que as coisas do mundo sejam governadas pela fortuna e por Deus, mas o príncipe que se apóia totalmente na sorte arruína-se, e feliz aquele que se acomode o seu modo de proceder com a natureza dos tempos.

EXORTAÇÃO PARA PROCURAR TOMAR A ITÁLIA E LIBERTÁ-LA DAS MÃOS DOS BÁRBAROS

Se bem tenha surgido até aqui certo vislumbre de esperança em relação a algum príncipe, parecendo pode ser julgado como dirigido por Deus, para redenção da Itália. É necessário, portanto, preparar exércitos para poder com virtude itálica defender-se dos estrangeiros.

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